O ano de 2009 é apenas uma referência de data, pois foi quando registrei o domínio na internet reeduc.com.br. Digo isso, porque, ao refletir sobre minha história de vida, é como se, desde que nasci, eu já estivesse inserido em uma grande rede, uma rede de aprendizagens nada convencionais.
Desde pequeno, minhas experiências educacionais transcenderam as salas de aula. Enquanto muitos amigos aproveitavam as férias na Disney, eu estava em um acampamento, o ABECAR, em Mogi das Cruzes, ou participando de uma viagem missionária com minha mãe e meu irmão. Sempre ajudava nos eventos infantis que ela organizava; em outras ocasiões, envolvia-me em atividades de assistência social com minha avó.
Aos sábados, acompanhava meu avô na supervisão das construções de igrejas e congregações. E, claro, havia momentos em que tentava ajudar (ou mais atrapalhava) meu pai em seus trabalhos criativos: desenhos, estampas e todo tipo de arte que ele produzia.
Ah! E todos os domingos de manhã, lá estava eu na Escola Bíblica Dominical. Faltar era impensável, uma verdadeira questão de honra!
Foi minha mãe quem me ensinou, ainda criança, a valorizar tudo isso, chamando de privilégio. Como ela costumava dizer: “Privilégio é poder estar em algum lugar ou fazer algo que muitos gostariam, mas é você quem está ou faz.”
Essas vivências me proporcionaram um contato único com diferentes visões de mundo em diversos contextos e épocas. Foram experiências que me permitiram construir memórias riquíssimas, capazes de influenciar profundamente a formação da minha identidade.
Claro, nem tudo foi feito apenas de momentos felizes. Afinal, tristezas e frustrações são essenciais para moldar uma identidade pessoal equilibrada. Eu também fiquei de castigo, também enfrentei doenças e chorei muitas vezes. Vivi muitas coisas boas, algumas coisas ruins e, em meio a tudo isso, um grande milagre.
Aos seis anos de idade, sofri um grave acidente doméstico: bati meu braço esquerdo em uma porta de vidro. O incidente resultou em horas de cirurgia, dias de angústia e dois diagnósticos do corpo médico.
Na melhor das hipóteses, seria possível realizar um enxerto e salvar o braço, ainda que sem movimentos de coordenação motora fina. Na pior das hipóteses, o braço teria de ser amputado.
Sem dúvida alguma, muito além da sala de aula, as vivências desde a infância marcam a construção de um propósito de um propósito de vida e forjam a identidade de uma pessoa.
Continua…
Prof. Jefferson B. Macedo